O poema atravessa,
como lâmina afiada,
o silêncio pesado
que cresce da fala;
o trabalho da manhã,
ainda não concluído,
desta muda linguagem
de sons e fonemas;
roídos mecanismos,
engrenagens da língua,
do sigilo quase mudo
em nossas bocas cheias
de pútridas palavras;
palavra, enigma do som,
ainda não pronunciado,
cuja sintaxe ainda jorra,
como jorra a clara água
da seca fonte; fonte
que não sacia a sede,
e jamais extingue a fome
de outras palavras; vazias,
em seu magro conteúdo,
contudo quase tão belas
como um homem morto
em pé; palavras ainda livres
de qualquer sentido, mas
que jorram frescas da fonte,
da fonte que nunca seca;
as mesmas palavras que,
belas, nascem de qualquer
fonte; fonte de coisas puras,
ainda sem nome; fonte
igual a qualquer fonte;
fonte de sons, de coisas
ácidas, alucinadas; som que nos impele à fala;
as mesmas palavras que,
belas, nascem de qualquer
fonte; fonte de coisas puras,
ainda sem nome; fonte
igual a qualquer fonte;
fonte de sons, de coisas
ácidas, alucinadas; som que nos impele à fala;
a mesma fala, soturna,
que nasce de qualquer
língua; do fácil silêncio
de qualquer palavra;
deste combate diário
entre o sono e a alegria,
enquanto o poema cava
o árido chão da poesia;
palavra, difícil palavra,
no verso ainda mínima
que nasce, rosa tranqüila,
em meio a um deserto
de úmidas hortaliças.
O poema jamais cessa
seu trabalho inútil,
ainda não concluído,
pela extinta manhã.
Enquanto surge o dia
o poema atravessa,
lâmina em brasa,
a pele do silêncio:
o núcleo do nada.
(http://www.germinaliteratura.com.br/ricardo_leao.htm)
que nasce de qualquer
língua; do fácil silêncio
de qualquer palavra;
deste combate diário
entre o sono e a alegria,
enquanto o poema cava
o árido chão da poesia;
palavra, difícil palavra,
no verso ainda mínima
que nasce, rosa tranqüila,
em meio a um deserto
de úmidas hortaliças.
O poema jamais cessa
seu trabalho inútil,
ainda não concluído,
pela extinta manhã.
Enquanto surge o dia
o poema atravessa,
lâmina em brasa,
a pele do silêncio:
o núcleo do nada.
(http://www.germinaliteratura.com.br/ricardo_leao.htm)
Incentivado pela minha querida amida Dri e inspirado pelo seu maravilhoso "deserto" (http://desertodeilusoes.blogspot.com), resolvi criar este blog com o intuito de ter um espaço para expressar os meus sentimentos... Aqui deixarei um pouco de mim! Meus momentos... minhas idéias... a fonte que nunca seca!!!
Um excelente final de semana a todos!!!
Um excelente final de semana a todos!!!
5 comentários:
Amore Mioooooooooo!!!
Que surpresa MARAVILHOSA!!!!
Tenho certeza que este espaço nunca secará e terás muitas surpresas BOAS vinda desta "fonte" iluminada que é vc.
Amo te!
Olá querido...
O seu blog, na verdade confirma pra mim, a pessoa sensível e especial que você é..
E sabe o que?
Temos um monte de coisas em comum...
Eu escolheria o frio...o vinho (que adoro) como bebida...(o vinho segundo Baco..é a bebida dos deuses e que mexe literalmente com a alma dos homens e das mulheres....)...
Amo de paixão este CD de Zizi Possi..."Ahhh..se eu tiver você, no meu prazer..." e por ai vai...
Bom gosto requintado e sensibilidade..
Eu ameii...
Um beijo no seu coração, meino bonito...
Olá amigo... Que coisa bonita e interessante esse seu blog... Concordo plenamente com a Cláudia quando ratifica a pessoa doce e sensível que você é... Estaremos sempre juntos!!! Parabéns pela iniciativa.
Amigo realmente o show "Tempo, tempo, tempo, tempo" de Bethânia é algo que nunca seca, na minha memória pelo menos está registrado como se eu tivesse acabado de sair do Canecão. Estou muito feliz por você!!! Abraços
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